segunda-feira, setembro 19, 2005

Palavra e Utopia


Ouvir o concerto ao vivo de José Afonso no Coliseu dos Recreios em 1983 é uma higienização que se faz à alma. Uma voz que se aguenta contra a doença, um homem que se mantém de pé contra a ventania, não por teimosia, mas porque aprendeu a andar de cabeça erguida e a olhar para a frente.
Quando José Afonso morreu eu tinha sete anos e vi os meus pais derramarem um discreta lágrima ao canto do olho, uma lágrima de dignidade, de amizade e de solidariedade. Era muito novo, mas percebi que tinha morrido um homem bom.
Ontem voltei a ele. De vez em quando dá-me para isso. Só temos a aprender com os bons exemplos.

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