terça-feira, setembro 13, 2005
As fábulas são histórias que se passam num mundo alternativo, mas que é sempre uma projecção do mundo real em que vivemos. Os personagens são caracterizados em traços carregados e exagerados, como arquétipos de tipos sociais e psicológicos. Muitas são recolhidas da tradição oral de um povo, como no caso dos Irmãos Grimm, ou correspondem a um exercício de idealismo, como no caso de Esopo e Hans Christian Andersen. Por isso é justo dizer que numa fábula é mais importante a forma como se conta e reconta do que o processo da sua criação.
Um dos melhores contadores de histórias do cinema contemporâneo é precisamente Tim Burton, em cujo mundo mágico, de histórias comoventes sobre personagens estranhas em ambientes delirantes Willy Wonka é o mais recente cromo a sair para a caderneta, e Charlie o anjo que o tutela.
Charlie é a criatura angelical cuja infância, difícil mas não infeliz, em contraponto a tudo o que as outras crianças do filme representam, ensina Wonka a reconciliar-se com o seu passado. E aqui um o paralelismo com Eduardo Mãos de Tesoura torna-se possível.
Uma história simples, sem nada de especial, que é transformada por Tim Burton em monumento cinematográfico, pela forma como é contada, pelas subtilezas inteligentes e pormenores deliciosos que exigem atenção do espectador. Completamente inverosímil, mas perfeitamente credível. É isso que faz de Tim Burton o génio do cinema que é.
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