segunda-feira, outubro 31, 2005

Todos os Santos


Dia cinzento, céu carregado, a pesar em cima das boas almas que vão ao cemitério por estes dias compor as campas onde ficou o envólucro das que por cá passaram, cheias de flores, a maioria de plástico. Quem homenageia parece esquecer que usar flores tem implícito dizer que te dou isto como se te desse um breve momento de beleza pelo que gosto de ti e te lembro, é fugaz, esporádico e natural, gasta-se com o tempo mas permance intensamente pelo pouco que dura, assim não é a tua memória, que não se gasta e anda comigo para todo o lado, embora de vez em quando tenha de observar os ritos como este de vir aqui pôr flores numa floresta de pedras.
As flores são artificiais, o gesto nem sempre. E os mais novos, menos preocupados, vão hoje divertir-se brincando ao Halloween. Duas formas de lidar com a feiosa senhora. Qual delas a melhor.

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